O ex-governador do Paraná pelo PSDB e candidato ao Senado pelo partido, Beto Richa, foi denunciado à Justiça nesta terça-feira por corrupção passiva. O autor da denúncia é o Ministério Público do Estado do Paraná. Outras doze pessoas são alvo da mesma denúncia, entre elas Pepe Richa, irmão de Beto.
De acordo com a Promotoria, o grupo teria atuado fraudando licitações para recuperação de estradas vicinais - estradas locais, geralmente sem asfalto, que ligam pequenos povoados.
A fraude teria ocorrido nas duas gestões de Richa à frente do Estado, entre 2011 e 2014 e entre 2015 e 2018.
O esquema teria favorecido três empresas que foram contratadas para operar o Programa Patrulha do Campo e que, em troca, teriam repassado 8% do valor do contrato, o que equivale a 8 milhões de reais, para os agentes públicos envolvidos.
Segundo a denúncia, Beto Richa seria o principal destinatário do dinheiro desviado e não só estava ciente do esquema de corrupção, como teria dado ordens para que os pagamentos ocorressem.
Beto Richa deixou o cargo de governador em março para concorrer ao Senado. Ele foi preso preventivamente no último dia 11 de setembro em decorrência da Operação Patrulha e solto três dias depois por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
O Ministério Público do Paraná já recorreu. A denúncia será avaliada pela Justiça do Paraná.
Em nota, a defesa do ex-governador afirma que a denúncia é baseada exclusivamente no depoimento de um delator premiado já conhecido do Poder Judiciário paranaense, sem qualquer base em provas do que chamou de "falaciosas alegações".