O esquema de corrupção do governo Sérgio Cabral, do MDB, permaneceu também no governo Luiz Fernando Pezão.
Essa é a conclusão da Polícia Federal, que prendeu preventivamente nesta quinta-feira o governador em exercício do estado do Rio. Outras oito pessoas também foram alvos de mandados de prisão preventiva na operação Boca de Lobo.
O delegado responsável pela investigação, Alexandre Camões Bessa, sustenta que o fato de operadores do esquema chefiado por Cabral permanecerem no governo de Pezão indica a manutenção do esquema criminoso até a atualidade.
Na operação Calicute, deflagrada em 2016, segundo o delegado, foram encontrados bilhetes na residência de Luiz Carlos Bezerra, apontado como operador do esquema de corrupção do governo de Sergio Cabral, que indicavam pagamentos também para Pezão pelos apelidos dados nos bilhetes.
A delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal de outro operador de Cabral, Carlos Miranda, também fundamenta a operação.
As anotações de recursos direcionadas à Pezão totalizam, segundo a PF, dois milhões e 200 mil reais. Outras formas de corrupção estão relacionadas a licitações fraudadas envolvendo empresas que realizam serviços de pavimentação de vias.
No entanto, não há ainda informações sobre onde esses recursos supostamente desviados foram aplicados.
O delegado detalhou, inclusive, que a movimentação bancária do atual governador é modesta.
De acordo com a Polícia Federal, foram três meses de investigações, a partir de julho deste ano.
Foram cumpridos também 31 mandados de busca e apreensão em endereços do Rio, Piraí, Barra do Piraí, Bom Jardim, Volta Redonda, no interior do estado, e Juiz de Fora, em Minas Gerais.
O Governador vai ficar preso no Batalhão Especial Prisional, em Niteroi, na região metropolitana do Rio.
No total, segundo a Procuradoria Geral da República, que pediu a prisão do governador ao Superior Tribunal de Justiça, a movimentação do esquema criminoso teria causado um prejuízo de cerca de 40 milhões de reais em valores atualizados entre 2007 a 2015