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Política

Bolsonaro diz que Moro quis usar troca na PF como condição para ser indicado ao STF

Após demissão de ex-ministro
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Victor Ribeiro
24/04/2020 - 20:02
Brasília

O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento no Palácio do Planalto para responder às declarações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Moro pediu demissão nessa sexta-feira, após discordar da troca na direção-geral da Polícia Federal. As duas exonerações foram publicadas em edições extras do Diário Oficial da União, também nessa sexta.


Bolsonaro explicou que o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, disse estar cansado e, por isso, fez a exoneração a pedido dele. E afirmou que Sergio Moro teria pedido para que a substituição só fosse feita após a indicação de Moro a uma vaga no Supremo Tribunal Federal.


Logo depois, em uma rede social, Moro afirmou que a permanência de Maurício Valeixo no cargo nunca foi utilizada como moeda de troca por uma vaga no Supremo. E que, se fosse esse o objetivo dele, teria concordado com a substituição desde quinta-feira, quando se reuniu com o presidente.


Jair Bolsonaro se disse surpreso com o fato de Sergio Moro ter convocado a imprensa para comunicar a saída do governo, um dia depois dessa reunião.


Para Bolsonaro, Moro não tinha compromisso com o país.


Jair Bolsonaro também afirmou que não interferiu em investigações da Polícia Federal. Disse que pediu informações apenas sobre dois inquéritos sobre crimes ocorridos no ano de 2018. Um que apura o atentado contra ele, cometido por Adélio Bispo, durante a campanha eleitoral. E outro sobre a morte da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.


Nele, o porteiro do condomínio onde Bolsonaro mora teria feito referência a “seu Jair” e a Polícia Civil do Rio de Janeiro investigava se o filho do presidente, Jair Renan, o 04, tinha alguma relação com a família do ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa, que mora no mesmo condomínio e é apontado como um dos autores do crime.


Adélio Bispo está preso em um hospital psiquiátrico, após as perícias concluírem que ele tem transtornos mentais e não pode responder penalmente pelo atentado. E, de acordo com Jair Bolsonaro, em depoimento sigiloso, o ex-sargento da PM negou ter qualquer relação com Jair Renan.


Durante o pronunciamento, que durou 45 minutos, 22 autoridades acompanharam Jair Bolsonaro. Entre elas, o vice-presidente Hamilton Mourão, os deputados federais Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Hélio Bolsonaro e 18 ministros.

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