Witzel diz que são infundadas denúncias de fraude contra ele; ex-secretário de Saúde continua preso
O governador do Rio, Wilson Witzel, se defendeu mais uma vez nesta quarta-feira (15) das acusações de que teria participado de esquemas fraudulentos nas compras emergenciais no estado, em função da pandemia do coronavírus.
Em nota enviada por meio da assessoria de imprensa, o governador afirmou que, desde que surgiram as primeiras denúncias relacionadas aos contratos da Secretaria de Saúde, determinou a imediata quebra de sigilo desses documentos e abriu sindicância para apurar o autor do pedido de sigilo.
As declarações ocorrem depois que veio à tona, nesta terça-feira (14), a informação de um possível acordo de delação premiada que está sendo fechado pelo ex secretário de saúde Edmar Santos, que teria informações a passar sobre o envolvimento do governador no esquema de corrupção. O acordo estaria em negociação com a Procuradoria Geral da República.
Na nota enviada, nesta quarta-feira, Witzel afirma que sua administração foi pioneira ao adotar, no Rio de Janeiro, um Sistema Eletrônico de Informações, onde são lançados todos os contratos e pagamentos do governo do Estado. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Witzel chamou as acusações de levianas.
A Procuradoria Geral da República ainda não confirmou a existência do acordo de delação premiada. Edmar Santos, que foi secretário de Saúde até maio deste ano, foi preso na semana passada em mais uma etapa da Operação Mercadores do Caos, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
A operação já havia prendido anteriormente outros integrantes da pasta, o que levou ao afastamento do então secretário. O governador tentou nomeá-lo para um outro cargo até então inexistente, de secretário-executivo voltado para as atuações relativas à pandemia, mas a nomeação foi barrada na Justiça.
Uma outra investigação, do Ministério Público Federal, também sobre fraudes na saúde do Rio resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão contra Witzel no final de maio, na Operação Placebo.
Nesta semana, a Procuradoria Geral da Justiça pediu que o STJ concentre todos os processos relativos às fraudes na saúde do Rio, inclusive os realizados por meio da operação Mercadores do Caos.