Dimas Covas diz que suspensão de teste da CoronaVac atrasou cronograma
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, e diretor-presidente da Anvisa, almirante Antônio Barra Torres, deram à comissão mista da Covid-19 no Congresso, nesta sexta-feira, detalhes sobre a produção da vacina do coronavírus produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Brasil.
A reunião, remota, esclareceu a recente suspensão dos ensaios clínicos, causada pela morte de um voluntário, mas que não teve relação com os testes.
Dimas Covas afirmou que não é atribuição da Anvisa cuidar da segurança do estudo clínico.
Para Dimas, a suspensão, da forma que aconteceu, trouxe prejuízos porque atrasaram os testes. Segundo ele, cada dia perdido leva centenas de vidas que poderiam ser salvas.
O diretor-presidente da Anvisa rebateu as declarações. Disse ser comum a suspensão desses estudos para esclarecimento de questões.
Antônio Torres explicou que a decisão de suspender dos testes partiu de um conselho da Anvisa, formado por 18 integrantes. E eles chegaram à conclusão que não havia documentos suficientes que assegurassem a segurança dos ensaios. Mas, de acordo com o presidente da Anvisa, os procedimentos foram retomados tão logo eles tiveram acesso a relatório do Comitê Independente Internacional sobre o caso.
Dimas Covas e Antônio Torres voltam a ser ouvidos na próxima terça-feira, dia 17 de novembro. Dessa vez, na Comissão Externa da Câmara dos Deputados, que acompanha as ações de combate à pandemia.
Dados apresentados pelo Butantan revelam que cerca de 10 mil voluntários brasileiros já foram vacinados nos testes da CoronaVac. Ainda neste mês, o Brasil deve receber da China mais de 6 milhões de doses da vacina. Também a partir deste mês de novembro está prevista a produção de outros 40 milhões de doses. A expectativa é que até o fim de dezembro, o Brasil tenha em estoque 46 milhões de doses.