Tribunal Misto ouve testemunhas no processo de impeachment de Witzel
O Tribunal Especial Misto que julga o impeachment do governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ouviu nesta quinta-feira testemunhas de acusação e de defesa no processo. A Corte, formada por cinco desembargadores e cinco deputados estaduais, e conduzida pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Claudio de Mello Tavares, analisa denúncias de crime de responsabilidade contra Witzel e suspeitas de participação em fraudes na área da saúde.
A sessão, transmitida ao vivo pela internet, teve início por volta das 9h30. Logo após a fala de abertura do presidente, a defesa de Witzel pediu adiamento da oitiva, sob o argumento de que novas provas teriam sido anexadas ao processo, sem que houvesse tempo hábil para análise. A questão foi levada à votação e o colegiado decidiu, por maioria, pela continuidade da sessão.
O interrogatório começou com o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Lucas Tristão do Carmo. Preso, Tristão disse que nunca participou de qualquer negócio ilegal e negou também ser interlocutor em esquemas criminosos.
Em seguida foi a vez de Luiz Roberto Martins, sócio da Organização Social de Saúde Unir. Luiz Martins permaneceu em silêncio durante a maioria das perguntas, assim como o Pastor Everaldo, terceiro a ser chamado a depor. Ele, que também está preso, alegou que não poderia se pronunciar já que responde a um inquérito no Superior Tribunal de Justiça. Everaldo chegou a se emocionar ao citar o filho, que está internado por causa do novo coronavírus.
Das 27 testemunhas, algumas não foram localizadas e, por esta razão, faltaram à audiência. A lista de convocados incluiu, ainda, Edmar Santos, ex-secretário de Saúde, apontado como uma das principais figuras do suposto esquema de corrupção na pasta; Mário Peixoto, empresário preso na Operação Tris In Idem e Helena Witzel, esposa do governador afastado.