O vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro, do PL, explicou que a produção de vídeos em que sua equipe pagava moradores de rua para que cometessem crimes contra mulheres seriam na verdade uma campanha sua contra o feminicídio.
A declaração foi dada durante coletiva de imprensa após oitivas relacionadas ao processo por quebra de decoro parlamentar movido contra ele pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal do Rio.
Monteiro é suspeito de cometer crimes como assédio moral e sexual, estupro e peculato. O delegado Maurício Campos, que conduz o inquérito policial contra ele, foi ouvido pelo conselho de ética e esclareceu que mesmo que tenham sido boas as intenções, as ações podem ser consideradas criminosas.
Também prestou depoimento ao conselho o policial militar Pablo Foligno, que faz a segurança de Gabriel Monteiro. O PM confirmou que há uma mistura de papéis entre o trabalho de youtuber e de parlamentar e confirmou que há oferta de dinheiro nos vídeos para que moradores de rua pratiquem crimes.
Os membros do Conselho vêm sendo pressionados por seguidores de Gabriel Monteiro para que o depoimento dele seja aberto ao público e transmitido ao vivo pelas mídias sociais - o que não é permitido pelas normas do colegiado.
O vereador será ouvido pelo Conselho de ética na próxima quinta-feira.
O prazo final para conclusão do processo termina no dia 5 de julho. A votação no plenário só acontecerá em agosto, após o recesso parlamentar.
Para ser cassado, Gabriel Monteiro precisa da aprovação de dois terços dos vereadores da Casa. No caso de suspensão, será preciso que mais da metade dos parlamentares votem a favor.