Poucas horas após recuperar seus direitos políticos, em decisão do Superior Tribunal de Justiça, o ex-governador do Rio de Janeiro Antony Garotinho voltou a se tornar inelegível por decisão do Tribunal Regional Eleitoral. Na decisão, o Colegiado do TRE rejeitou por unanimidade os recursos apresentados pela defesa do político e mantiveram a condenação por compra de votos nas eleições municipais de 2016, em seu reduto eleitoral, a cidade de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
Com isso, o Tribunal confirmou a perda dos direitos políticos de Garotinho, com pena de 13 anos e nove meses de prisão e multa. Na época, a Promotoria Eleitoral em Campos dos Goytacazes tinha denunciado o ex-governador por usar irregularmente o programa social Cheque Cidadão, para angariar votos para seu grupo político. Segundo a Justiça, o esquema concedia o benefício, voltado a famílias de baixa renda, em troca do compromisso de votar nos candidatos indicados.
Em março do ano passado, o TRE condenou Garotinho por unanimidade, pelos crimes de corrupção eleitoral, associação criminosa, supressão de documento público e coação no curso do processo. Pela legislação eleitoral, a condenação criminal em segunda instância torna o réu inelegível nos oito anos seguintes.
A assessoria de imprensa de Garotinho informou que a defesa vai recorrer da decisão do TRE.
Além das acusações de compra de votos, Antony Garotinho foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em 2018 e teve direitos políticos cassados por oito anos, por participar de um esquema de desvio de verbas da Saúde do estado. A quantia passou de 234 milhões de reais, no período entre 2005 e 2006. Na época, o Rio de Janeiro era governado pela mulher do político, Rosinha Matheus, e ele ocupava a Secretaria de Governo.