PF prende no Maranhão suspeitos de desviar verbas do orçamento secreto
A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Federal, faz nesta sexta-feira, a Operação Quebra Ossos, para desarticular um grupo criminoso acusado de suposta inserção de dados falsos em sistemas do SUS para receber repasses federais decorrentes de emendas parlamentares.
Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária, nos municípios maranhenses de Igarapé Grande, Lago do Junco, Lago dos Rodrigues, Caxias e, Timon e também nas cidades Parnaíba e Teresina, no Piauí. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Bacabal, no Maranhão.
Segundo a Polícia Federal, as investigações apontaram que o município de Igarapé Grande, no Maranhão, teria informado, em 2020, a realização de mais de 12 mil e setecentas radiografias de dedo, quando a população total do município não supera os 11 mil e quinhentos habitantes. A suposta fraude nos dados, culminou no aumento do teto de repasse de recursos que financiaram ações e serviços de saúde no ano seguinte, em 2021.
Foram verificados indícios de fraudes em contratos firmados pelo município como meio de desviar recursos recebidos indevidamente. Um dos presos na operação, é suspeito de ter efetuado práticas ilegais investigadas em outros municípios maranhenses desde o ano de 2018.
As empresas investigadas ocupam posições de destaque no “ranking” das que mais receberam recursos públicos da saúde entre 2019 e 2022 no estado do Maranhão. Somente uma delas, recebeu repasse de quase 52 milhões de reais.
Uma vez confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por inserção de dados falsos, fraude à licitação, superfaturamento contratual, peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.