Ministérios devem ser anunciados após dia 19 de novembro, segundo Lula
No primeiro discurso da transição de governo, o presidente eleito, Lula, voltou a falar, nesta quinta-feira (10), que vai governar com diálogo e respeito às instituições democráticas. Diante de dezenas de parlamentares, Lula disse que precisa dialogar com o Congresso e governos, respeitando que foram políticos eleitos pelo povo.
A declaração foi dada no auditório do CCBB, Centro Cultural Banco do Brasil, onde funciona o governo de transição, em Brasília. Lula esteve no local, pela primeira vez, depois de eleito, para se reunir com parlamentares e conhecer as instalações do gabinete de transição.
De acordo com o presidente eleito, o foco do novo governo vai ser cuidar de todos os brasileiros, mas priorizando os mais pobres. Lula defendeu que os programas sociais tenham margem fora do teto de gastos do orçamento público. Para ele, as políticas sociais não são gastos.
Lula se refere à meta fiscal, enquanto o grupo de transição decidiu pelo envio de uma PEC que libera o governo eleito de cumprir o teto de gastos para programas sociais, como o futuro Bolsa Família, no valor de R$ 600, a partir de janeiro, e um acréscimo de R$ 150 para famílias com crianças de até seis anos.
Acompanharam Lula, no discurso, a esposa dele e futura primeira-dama, Janja; a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, também coordenador do governo de transição. Ainda no discurso, o presidente eleito garantiu que as empresas públicas “serão respeitadas” e não serão privatizadas. Ele também revelou ter escolhido Geraldo Alckmin para comandar o governo de transição, justamente porque ele já é o vice-presidente eleito, e outra escolha levantaria especulações sobre possíveis ministros no governo, a partir de janeiro.
Sobre o assunto, Lula voltou a destacar que os membros do governo de transição não serão, necessariamente, ministros. Esses cargos, inclusive, devem ser definidos depois do dia 19 deste mês, quando o presidente eleito retornar do Egito, onde vai participar da COP 27. A viagem de ida está prevista para a próxima segunda-feira (14).