Após virem à tona denúncias de que a Abin, Agência Brasileira de Inteligência, fazia o monitoramento da localização de pessoas, de forma ilegal, durante os três primeiros anos do governo Bolsonaro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que não cabe ao atual governo comentar o caso, e sim providenciar as devidas investigações.
A declaração foi dada nesta terça-feira, depois que chefe da Casa Civil participou do encontro ministerial com o presidente Lula, no Palácio do Planalto. Rui Costa também adiantou que toda a diretoria da Abin vai ser reformulada, assim que o novo presidente for aprovado pelo Senado.
Para o comando da Abin, o atual governo indicou Luiz Fernando Corrêa, que foi diretor da Polícia Federal durante o segundo mandato do Presidente Lula. Para assumir a direção da agência, Corrêa precisa passar por uma sabatina e uma aprovação na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. Também deve ser aprovado no plenário da casa.
Durante o período em que as irregularidades teriam ocorrido, entre 2019 e 2021, a Abin era vinculada ao GSI, Gabinete de Segurança Institucional, comandado pelo então ministro, General Augusto Heleno. No início deste mês, a agência passou a ser vinculada à Casa Civil.
Após as denúncias, a Abin confirmou, em nota, que o programa de monitoramento foi contratado entre dezembro de 2018 e maio de 2021. Também declarou que o órgão está em processo de aperfeiçoamento, de acordo com o interesse público e o Estado Democrático de Direito.