Há exatos 10 anos, em 6 de junho de 2013, ocorria em São Paulo a primeira grande manifestação do Movimento Passe Livre contra o aumento da tarifa de ônibus de R$ 3 para R$ 3,20.
A insatisfação, que começou com um protesto de duas mil pessoas na Avenida Paulista, teve repercussão no país e ainda traz consequências à política nacional.
As manifestações de junho de 2013 foram um marco na história brasileira e até hoje são objeto de estudo entre pesquisadores. A interpretação do que ocorreu e suas consequências continuam em disputa entre diferentes grupos políticos, à esquerda ou à direita.
O que começou com manifestações contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo seria o início de uma mobilização muito maior, com repercussões em outras capitais do país, inclusive Brasília.
Na capital federal, manifestantes ocuparam a rampa do Congresso Nacional e uma das cúpulas no prédio, em 17 de junho de 2013.
Na cidade de São Paulo, os protestos tiveram início em 6 de junho, quando três catracas de papelão foram queimadas pelos manifestantes, que foram reprimidos pela polícia com bombas de gás, e artefatos jogados dentro de um shopping center para onde os manifestantes haviam fugido.
O coordenador do Instituto Pólis, Rodrigo Iacovini, explica que as manifestações do movimento Passe Livre reivindicavam desde 2005 uma nova forma de se ver a mobilidade urbana, e as insatisfações com o sistema de transporte público das grandes cidades estavam se acumulando.
As manifestações atingiram o ápice no dia 17 de junho. Para o professor de Relações Internacionais da Unifesp, Acácio Augusto, a violência policial na repressão às manifestações seguintes ao dia 6 de junho determinou mudança na cobertura da grande mídia e aumentou a dimensão dos atos.
O então militante do MPL, Frederico Ravioli, lembra que o movimento na época foi vitorioso, conquistando a reivindicação de congelamento e reversão do aumento das passagens.
Após as manifestações de junho, os movimentos sociais continuaram mobilizados por mais direitos, como por exemplo nas manifestações da Copa de 2014 ou contra o fechamento de escolas em São Paulo em 2015 e 2016.
Por outro lado, se observou também o crescimento do campo da direita e extrema direita nas eleições seguintes.
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