Menos de uma hora depois de ter negado o direito de não comparecer à CPI Mista dos Atos Golpistas, o ex-comandante da PM do Distrito Federal Jorge Naime apresentou um atestado médico e não irá prestar depoimento nesta segunda-feira (26).
Jorge Naime está preso desde fevereiro no presídio da Papuda, em Brasília, por risco às investigações. Ele é acusado de omissão nos ataques golpistas porque, enquanto chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, tirou folga na semana dos ataques.
O depoimento dele estava agendado desde a semana passada. Ele compareceria à CPI com escolta policial. No fim de semana entrou com habeas corpus no Supremo para não comparecer. O ministro Alexandre de Moraes concedeu parcialmente o pedido. Determinou a ida dele, mas garantiu o direito de ficar calado e o de não responder a todas as perguntas dos parlamentares. Em seguida, veio o atestado médico.
A gente lembra aqui que, em março, Naime foi ouvido pela CPI do 8 de janeiro da Câmara Legislativa. Disse que o Exército tentou impedir a prisão dos golpistas envolvidos nos ataques, montando uma barreira, e que o efetivo mobilizado naquele dia não seguiu o padrão operacional da corporação.
Amanhã, os deputados e senadores devem ouvir o coronel do Exército Jean Lawand Júnior. Ele trocou mensagens com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o coronel Mauro Cid, defendendo um golpe militar após as eleições do ano passado. Nas mensagens, Lawand pede que Cid convença Bolsonaro a “dar a ordem”. Ele foi convocado como testemunha. Ou seja, será obrigado a ir.