Delgatti é questionado por senadores em CPI, mas fica em silêncio
A segunda parte do depoimento de Walter Delgatti à CPI dos atos golpistas, na tarde desta quinta-feira, foi tomada por questionamentos de senadores da oposição. Delgatti optou por ficar em silêncio por orientação de seus advogados. No geral, os senadores atacaram a credibilidade do hacker e colocaram em xeque suas afirmações.
O senador Marcos Rogério, do PL- RO, disse que as acusações de Delgatti precisam ser averiguadas.
O senador Izaci Lucas, do PSDB - DF, reclamou de um desvio de foco da CPI.
Já a relatora da CPI, senadora Eliziane Gama, do PSD - MA, defendeu os trabalhos. Para ela, o depoimento de Walter Delgatti traz informações graves e pode levar ao indiciamento de Bolsonaro.
A presidência da CPI já pediu ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e ao STF que inclua Walter Delgati em um programa de proteção de testemunhas.
As falas de Delgatti, na primeira parte do depoimento, tiveram repercussão das pessoas e órgãos citados pelo hacker.
Ele disse que foi contratado para fraudar os sistemas eleitorais pela deputada Carla Zambelli, do PL de São Paulo, a pedido de Bolsonaro.
A defesa da deputada disse que refuta qualquer acusação de prática de condutas ilícitas e morais pela parlamentar. Ainda diz que Walter Delgatti muda suas versões com os dias, modificando os fatos.
Delgatti ainda afirmou que teria acessado senhas e ficado conectado por 4 meses na intranet da justiça brasileira.
O Conselho Nacional de Justiça, em nota, afirmou que todos os fatos decorrentes da invasão ao seu sistema, ocorrida em janeiro de 2023, estão sendo apurados e correm em segredo de justiça.
A defesa de Walter Delgatti confirmou também que a Polícia Federal convocou o hacker para prestar novo depoimento nesta sexta-feira, para dar mais esclarecimentos a partir do que disse aos senadores.