O general Gonçalves Dias, que estava no comando do Gabinete de Segurança Institucional no dia 8 de janeiro, negou qualquer tipo de omissão e disse que recebeu informações divergentes já na manhã dos ataques. E, por isso, resolveu por conta própria ir ao Palácio do Planalto ver de perto a situação.
Ele falou, por exemplo, que o Plano Escudo de defesa do Palácio do Planalto proibia a entrada de pessoas e veículos na Praça dos 3 Poderes, o que mostra que esse plano não estava sendo totalmente cumprido. E ainda afirmou que foi uma série de falta de ações da PM do Distrito Federal que levou aos eventos. O general ainda fez um mea-culpa.
O general Gonçalves Dias esteve na CPMI protegido por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal do ministro Cristiano Zanin, para ficar calado e não se autoincriminar nas respostas. Ele foi chamado à CPI para falar justamente sobre os alertas que o GSI recebeu nos dias que antecederam os ataques.
Ainda no dia primeiro de agosto, o ex-diretor da Abin, Saulo Moura da Cunha, já tinha falado na CPI sobre os relatórios feitos pela Abin na época. Que foram mais de 30 alertas de inteligência feitos no período. Entre os destinatários desses alertas estava o general Gonçalves Dias. E nesta quinta, Gdias foi claro.
Ele ainda falou sobre as imagens em que aparece dentro do Palácio do Planalto interagindo com manifestante. Disse que, por estar a paisana e desarmado, procurou agir de forma calma para garantir a retirada das pessoas do prédio.
Ele ainda admitiu que, mesmo que estivesse com todo o efetivo naquele dia, não teria sido possível conter a horda de vândalos na invasão do Palácio, do Congresso e do STF.
Outra informação desta quinta-feira, mas desta vez, sobre outro depoente. O hacker Walter Delgatti. A defesa dele procurou a CPMI para tentar um acordo de delação premiada.
É que, no início da semana, um parecer da advocacia do Senado atestou que a CPI Mista tem o poder para fechar acordos de colaboração nesse sentido. Desde que tenha a participação do Ministério Público, homologado pelo Juízo competente e que a colaboração seja útil para as investigações da CPMI.
A avaliação de integrantes da Comissão é a de que, no momento, uma eventual delação de Delgatti depende mais da defesa dele do que dos parlamentares propriamente dito. Isto porque as condições da Comissão estão postas com base nesse documento da advocacia do Senado.