Antes do início do depoimento, o presidente da CPI Mista dos atos golpistas, o deputado Arthur Maia, cobrou do Ministério da Justiça o envio total das imagens das câmeras de segurança no dia dos ataques. Parlamentares de oposição chegaram a apresentar uma questão de ordem para que fosse feita uma espécie de busca no Ministério atrás dessas imagens. Ao que Arthur Maia aproveitou para dar uma bronca nos colegas.
Maia voltou a dizer que a CPI precisa se restringir a apurar os ataques do 8 de janeiro, fazendo referência à possibilidade de criação de uma CPI das Joias, fato que, segundo ele, não tem relação com os ataques. A relatora, senadora, Eliziane Gama, contra argumentou, mais uma vez, falando da importância de se chegar aos financiadores do ato. Ou seja, saber se o esquema de venda de joias e de presentes recebidos, de alguma forma, financiou essas invasões. Inclusive, houve pedidos para a realização de uma reunião deliberativa, para análise de requerimentos. Entre eles, os que pedem a convocação de Jair e Michelle Bolsonaro.
Passada essa etapa, os parlamentares se dedicaram a ouvir o fotógrafo Adriano Machado. E aos senadores e deputados ele disse que foi muito ameaçado e obrigado até a deletar fotos que estava tirando ali naquele dia durante a invasão no Palácio do Planalto. Ele afirmou ainda que ele estava de plantão no dia, foi para lá para fazer as imagens, mas que o clima era de agressividade.
O fotógrafo respondeu a todas as questões, negou ser filiado a partidos políticos ou ter tido qualquer participação ou interação previamente combinada com os manifestantes.
O depoimento dele foi acompanhado com atenção pelos demais fotógrafos e jornalistas de outros veículos de imprensa que, normalmente, acompanham a CPI, inclusive foi aplaudido ao final pelos colegas, num gesto de apoio. E a relatora, senadora Eliziane Gama, cravou: "Não tem nada a ver a sua presença aqui nesta CPMI com os atos de 8 de janeiro, o senhor estava simplesmente exercendo o seu papel, fazendo o seu trabalho".
A relatora inclusive divulgou um manifesto pela liberdade de imprensa. Na quinta-feira (17), será a vez de os parlamentares ouvirem o hacker Walter Delgatti, preso, acusado de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça. Ele também teria sido consultado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a possibilidade de invasão de urnas eletrônicas, num encontro que teria sido organizado pela deputada Carla Zambelli.
