São Paulo pode ter o primeiro vereador a perder o mandato por racismo. O caso envolve Camilo Cristófaro (Avante) que teria cometido quebra de decoro parlamentar durante uma sessão no plenário da Câmara Legislativa em maio do ano passado.
Em um áudio vazado, o parlamentar disse que não lavar a calçada era “coisa de preto”. O processo de cassação foi aprovado pela Corregedoria da Câmara, por 5 votos a 1 nesta quinta-feira.
Agora, o processo segue para a Comissão de Constituição de Justiça. Depois vai para o presidente da Câmara, Milton Leite, que deve pautar o assunto no plenário, com data provável para o dia 5 de setembro.
Um dos únicos parlamentares que justificou o voto, o vereador Sansão Pereira (Republicanos), acredita que o racismo precisa ser punido na Casa – mas não com a cassação do mandato.
Cristófaro não participou da sessão, mas publicou uma nota onde argumenta que a tentativa de taxá-lo por racismo é incorreta, porque racismo seria atribuído a quem se refere a uma coletividade. Acrescentou que já foi absolvido na Justiça da acusação de injúria racial. E que, ironicamente, se for cassado, 26 funcionários de sua equipe, que são negros, vão perder o emprego.
Durante a sessão, ativistas de movimentos negros protestaram em frente da Câmara e no auditório da Corregedoria a favor da cassação. Quando o resultado saiu, houve discussão entre grupos pró e contra o vereador.
Os últimos vereadores cassados na capital paulista, perderam o cargo em 1999, no escândalo da Máfia dos Fiscais.
