Um depoimento permeado por declarações irritadas, interrupções e até palavrões. E ao menos uma contradição: o general Augusto Heleno, ex-GSI, negou ter estado numa reunião com a cúpula das Forças Armadas no Palácio do Planalto, em novembro passado, em que participou também o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. No encontro, segundo a delação de Mauro Cid à Justiça, Bolsonaro teria pedido apoio para um golpe.
Mas foi confrontado, pelo deputado Rogério Correia com uma foto do encontro.
O general Augusto Heleno negou ainda ter participado de qualquer reunião para tratar de assuntos eleitorais, disse que nunca tratou de política com os servidores do GSI e não ter qualquer conhecimento da minuta de GLO, a Garantia da Lei e da Ordem, que já estaria pronta para justificar um golpe. Afirmou até que nunca tinha ouvido falar no assunto.
E sobre a troca de mensagens entre o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e o militar da reserva Ailton Barros sobre um golpe, Heleno minimizou:
O general Heleno disse que sua relação com Jair Bolsonaro é muito próxima até hoje e considerou muito grave a apreensão do celular do ex-presidente. Já sobre a delação de Mauro Cid, o general disse não ter conhecimento, que o teor dela foi vazado, ou seja, segundo ele “ninguém sabe o que Mauro Cid falou”.
Sobre os episódios de violência, como a tentativa de explosão de um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília, na véspera do Natal passado, disse se tratar de um incidente isolado. Quanto aos acampamentos golpistas, acrescentou que, apesar de nunca ter ido ao local, considera que foram manifestações pacíficas e ordeiras.