A CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro indicia o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 60 pessoas.
Após 7 horas de reunião, o relatório da senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, foi aprovado pela CPMI por 20 votos favoráveis, 11 contrários e uma abstenção.
Foram cinco meses de trabalho. No parecer, a relatora pediu o indiciamento do ex-presidente Bolsonaro por associação criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado.
Além do ex-presidente, também devem responder pelos mesmos crimes outros membros do governo passado, como o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; ex-ministro da Defesa e candidato a vice, general Walter Braga Netto; o ex-ministro do GSI, general Augusto Heleno; ex-ministro da Secretaria-Geral da presidência, general Luiz Eduardo Ramos; ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid.
A senadora Eliziane destacou que todos os indiciamentos vêm acompanhados de provas.
O senador Eduardo Girão, do Novo do Ceará, questionou que as investigações foram bloqueadas pela base do governo.
Também foram incluídos no pedido de indiciamento, o ex-ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira de Oliveira; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos; e o ex-comandante do exército, Marco Antônio Freire Gomes.
A deputada Carla Zambelli; o ex-assessor de Bolsonaro, Filipe Martins; o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques; e os ex-comandantes da PM do DF tambémforam denunciados. Financiadores dos atos golpistas e extremistas que propagaram os atos ainda foram indiciados.
A deputada Carla Zambelli, do PL de São Paulo, se defendeu e disse que sequer foi convocada para depor na CPMI.
A oposição apresentou um voto em separado, mas com a aprovação do relatório de Eliziane Gama, sequer foi votado. A proposta pedia indiciamento do presidente Lula; do ministro da justiça Flávio Dino; e do ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias, por suposta omissão que resultou na tentativa de golpe em 8 de janeiro contra o governo Lula.
O deputado Rogério Correia, do PT de Minas Gerais, destacou a necessidade de mobilização para punir os responsáveis pela tentativa de golpe.
Agora o relatório da CPMI de 8 de janeiro vai ser encaminhado a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal para novas investigações e, se for o caso, encaminhar a Justiça para novos questionamentos e indiciamentos.