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Política

Decreto mais repressor da ditadura militar, o AI-5, completa 55 anos

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Tâmara Freire - Repórter da Rádio Nacional
13/12/2023 - 22:34
Rio de Janeiro

Há 55 anos, entrava em vigor o Ato Institucional número 5, o mais repressor instrumento jurídico da Ditadura Militar. Apesar de ter sido revogado em 1978, o AI-5 não ficou no passado, na opinião do historiador e cientista político Francisco Carlos Teixeira. Professor das universidades federais do Rio de Janeiro e de Juiz de Fora, ele também é pesquisador na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e na Escola Superior de Guerra.

E de acordo com Teixeira, o desenrolar dos atos golpistas ocorridos no país no final do ano passado e no começo deste ano, comprova que esse saudosismo não ficou apenas no campo das ideias.

Decretado pelo General Costa e Silva, no dia 13 de dezembro de 1968, o AI-5 foi uma resposta aos protestos contra o regime militar, liderados principalmente pelo movimento estudantil.

O ato autorizava o presidente a interromper as atividades do Congresso Nacional e cassar mandatos de parlamentares, além de suspender os direitos políticos de qualquer cidadão brasileiro e confiscar bens considerados ilícitos. E impedia que a Justiça julgasse qualquer ato presidencial. De acordo com o professor Francisco Texeira, o objetivo era consolidar a ditadura, anulando a influência de outros poderes.

Outro ponto com graves consequências durante os anos de chumbo foi a invalidação do habeas corpus, mecanismo utilizado até hoje para garantir a liberdade de pessoas acusadas de algum crime. A Comissão Nacional da Verdade concluiu que 50 mil pessoas foram presas apenas em 1964, ano do golpe militar e boa parte deles sofreram torturas. A comissão também identificou pelo menos 434 pessoas mortas ou desaparecidas pelas forças ditatoriais.

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