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Política

Lula: atos foram auge de longo processo de descrédito da democracia

Presidente publicou artigo no jornal "The Washington Post"
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Daniel Ito - Repórter da Rádio Nacional
08/01/2024 - 16:21
Brasília
Brasília (DF) 08/01/2024 - Foto feita em 09/01/2023 - Móveis e janelas danificadas no Palácio do Planalto.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Lula publicou um artigo na edição desta segunda-feira (8) do jornal The Washington Post, dos Estados Unidos.

Ele citou logo no início do artigo a invasão ao Capitólio naquele país, em 2021, para fazer essa relação com o que ocorreu aqui no Brasil no dia 8 de janeiro do ano passado.

Neste artigo, o presidente Lula afirma que os atos golpistas aqui no país foram o auge de um longo processo de descrédito da democracia, que foi promovido por líderes políticos extremistas. Como exemplos, Lula citou os ataques às urnas eletrônicas como forma de manipular a opinião pública a desconfiar do resultado das eleições brasileiras — da mesma forma como os negacionistas nos Estados Unidos reclamaram do voto por correspondência, com objetivos semelhantes.

Ao público internacional, o presidente ressaltou que o mundo está vivendo um momento contraditório: de um lado, desafios globais que exigem compromisso e cooperação entre as nações; e, de outro lado, uma imensa dificuldade dos países em dialogar e trabalhar em conjunto.

Lula citou como principais desafios em nível global as mudanças climáticas, as guerras e a insegurança alimentar e energética. Para o presidente brasileiro, esses problemas são alimentados pela desigualdade generalizada em escala global — causada por um modelo de desenvolvimento econômico que concentra a riqueza nas mãos de poucos e exclui a grande maioria da população mundial. Lula disse que essa realidade é terreno fértil para o crescimento do extremismo, do discurso de ódio e da xenofobia.

Por fim, ainda no artigo do The Washington Post, o presidente Lula atribuiu às Big Techs parte significativa da responsabilidade pela desinformação e pelo negacionismo. Ele lembrou que o Brasil vai presidir e sediar o G20 neste ano, depositando esperança de que esse encontro dos principais líderes globais seja um ambiente favorável para discutir e avançar na solução de todos esses problemas.

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