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Saúde

Autocoleta para o exame papanicolau pode salvar mulheres no Pará

Pará
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Maíra Heinen
15/11/2019 - 07:30
Brasília

Em local de difícil acesso e onde falta infraestrutura, material de coleta e profissionais especializados, o exame de papanicolau feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é restrito. Essa realidade acaba dificultando a detecção precoce do câncer do colo do útero, que continua sendo o mais incidente em mulheres da Região Norte e o quarto de maior mortalidade no mundo.

 

Mas uma pesquisa inédita realizada na região do Tapajós, no Pará, pode salvar mulheres, da doença, ao utilizar um método de exame denominado autocoleta cervicovaginal, quando a própria mulher realiza o exame de coleta íntima, que seria feito por médicos ou enfermeiros.

 

A pesquisa foi realizada pela farmacêutica-bioquímica Luana Rodrigues durante doutorado no Instituto Oswaldo Cruz. O objetivo foi medir a aceitação do exame entre as mulheres da região. Os resultados foram muito bons, com uma aceitabilidade de 87% entre as 153 mulheres participantes do estudo, como explica a pesquisadora.

 

De acordo com Luana Rodrigues, na autocoleta, a mulher deve introduzir na vagina 5 centímetros de uma escova semelhante a que o profissional da saúde usa para a coleta do exame papanicolau.

 

Ela explicou, ainda, que deve-se realizar um giro de 360º graus, por 5 vezes, e armazenar o material em um frasco contendo uma solução preservante específica.

 

Luana espera que, a partir dos resultados deste estudo, as diretrizes para a detecção de câncer de colo de útero sejam atualizadas.

 

O trabalho da pesquisadora recebeu no mês de outubro o prêmio de melhor tese na categoria medicina da Fundação Oswaldo Cruz.

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