Com o mote “Adolescência Primeiro, Gravidez Depois”, os Ministérios da Saúde e das Mulheres, Família e Direitos Humanos lançaram nesta segunda-feira uma nova campanha de prevenção a gravidez na adolescência.
A iniciativa busca promover a reflexão entre jovens e as famílias sobre o impacto da gravidez dos 11 aos 19 anos.
Serão gastos R$ 3,5 milhões na divulgação da Campanha em diferentes tipos de mídias, incluindo TV e Internet.
Dados do Ministério da Saúde mostram a queda do número de gravidez na adolescência nos últimos 20 anos. De 2000 a 2018, caiu em 40% a gestação de adolescentes de 15 a 19 anos. Mas no caso de menores de 15 anos, a redução foi menor, 27%.
A taxa brasileira é de 68 nascimentos para cada mil mulheres adolescentes, superior à média mundial e da América Latina.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandeta, afirma que campanha quer discutir o problema da gravidez com os adolescentes e suas famílias.
Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2019 também foram realizadas 26 mil ações de saúde sexual, reprodutiva, planejamento familiar e prevenção de infecções junto a 1,5 milhão de estudantes.
Este ano devem ser distribuídos 570 milhões de preservativos pelo governo.
A ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirma que a proposta de abstinência é um método complementar para evitar a gravidez.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, os programas de redução da gravidez na adolescência com foco na abstinência sexual vêm tendo falhas em seus resultados. A avaliação é que as políticas não devem levar em consideração apenas o início precoce da vida sexual, mas também a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e aos métodos contraceptivos.
Na semana passada, Defensores Públicos da União e do estado de São Paulo enviaram recomendação ao Ministério dos Direitos Humanos para que não veiculassem a campanha pregando abstinência sexual como prevenção da gravidez em adolescentes, já que ela não teria suporte científico, trazendo risco de desinformação aos jovens.