Estudo revela que Nordeste teve mais casos de microcefalia por zika vírus devido a água contaminada
Enquanto o mundo busca respostas para a pandemia de Covid-19, pesquisadores do Rio de Janeiro e de Pernambuco divulgam algumas conclusões sobre os casos de zika vírus que assustaram o país, principalmente entre 2015 e 2016.
Pesquisas apontaram que a presença de toxinas na água consumida pela população nordestina contribuiu para aumentar o número de casos de microcefalia associados à epidemia do vírus zika na Região Nordeste. O trabalho foi desenvolvido em conjunto pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, a Fundação Oswaldo Cruz, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Os resultados mostram que é necessária uma nova discussão sobre o que é considerado seguro em relação à água disponibilizada para o consumo humano. Essa é a opinião do professor titular da UFRJ e cientista do Instituto D’Or, Stevens Rehen, em entrevista concedida à Agência Brasil.
A equipe foi uma das primeiras no mundo a provar a relação do vírus zika e dos casos de bebês recém-nascidos com microcefalia, malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Após a comprovação, os pesquisadores começaram a investigar por que os casos eram mais frequentes no Nordeste do que em outras regiões do país, como revela Stevens, que é autor correspondente do trabalho.
O professor explicou que a relação da toxina com o agravamento da microcefalia foi feita a partir de experimento simples, que combinou células de tecido humano à saxitoxina e ao vírus zika. Já para confirmar a hipótese, foram feitas experiências utilizando camundongos. Stevens Rehen destaca que a partir dessas combinações foi possível chegar a conclusão do estudo, que foi encaminhada ao Ministério da Saúde.
A partir das conclusões, foi criado, pela Fiocruz, no ano passado, um grupo de trabalho para rever as situações de risco em relação à água para consumo humano.
Dados do Ministério da Saúde revelam que entre 2015 e 2019, mais de dois mil casos de microcefalia e outras malformações congênitas pelo vírus zika foram registrados na Região Nordeste, o que corresponde a 62,5% do total de números do Brasil nesse período.
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