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Saúde

Mapa social do coronavírus: evolução do contágio segue caminho da desigualdade no Rio de Janeiro

Mapa social do coronavírus
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Carol Barreto
23/06/2020 - 16:39
Rio de Janeiro

A porta de entrada para o coronavírus no país foram os aeroportos. O vírus foi trazido ao Brasil por pessoas de classe média alta, que têm o hábito de viajar ao exterior. Tanto é que, num primeiro momento, o vírus ficou concentrado nas áreas mais abastadas da cidade.


Levantamento feito pelo Observatório de Favelas demonstra que, no dia 17 de março, quando havia apenas 29 casos confirmados na cidade do Rio, o vírus se concentrava exatamente nessas regiões mais abastadas. Já no dia 3 de maio, houve inversão da pirâmide de contágio e os bairros de menor renda passaram a concentrar a maior parte dos casos de Covid-19, com destaque para a Zona Oeste da cidade, que tem na Barra da Tijuca o centro irradiador de contaminação.


Diretor do Observatório de Favelas e um dos responsáveis pelo mapa do corona, Aruan Braga comenta os resultados encontrados.


Ele constata a migração da pandemia em direção às áreas mais pobres da cidade.


Aruan afirma que alguns trabalhadores não têm condições de fazer quarentena.


Segundo o mapa do corona, 26% dos moradores da cidade têm tempo de deslocamento de mais de uma hora entre a casa e o trabalho. Ao menos um quarto dos habitantes da cidade passam mais de duas horas por dia no transporte público, o que amplia as chances de contaminação.

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