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Saúde

Estudo revela que pandemia piorou saúde mental de adolescentes no país

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Lígia Souto
02/12/2020 - 17:00
Rio de Janeiro

A pandemia deixou quase metade dos adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, nervosos, ansiosos e de mau humor. Esses problemas foram relatados por 48,7% dos jovens ouvidos pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Unicamp.

As medidas restritivas impostas para conter o novo coronavírus também aumentaram o sedentarismo, assim como o consumo de doces e congelados entre esses brasileiros. Além disso, o levantamento apontou que o sono também foi afetado: quase 24% dos adolescentes apresentaram problemas para dormir.

O estudo investigou, entre os meses de junho e setembro, as mudanças na rotina, estilo de vida, relações com familiares e amigos, nas atividades escolares e nos cuidados com a saúde.

O resultado apontou um salto no percentual de adolescentes que não praticam sequer uma hora de atividade física durante a semana. Antes da pandemia esse contingente era de 20,9%, e com a chegada da covid-19, ultrapassou os 43%.

Ainda segundo o levantamento, 70% dos brasileiros de 16 a 17 anos passaram a ficar mais de 4 horas por dia em frente ao computador, tablet ou celular, além do tempo das aulas on-line.

A pesquisadora da Fiocruz e coordenadora do trabalho, Celia Landmann, disse que chamou muita atenção o estado de ânimo dos jovens durante esse período. Segundo ela, quase 50% relataram preocupação, nervosismo e mau humor.

A estudante do ensino médio, Letícia Almeida, conta que, desde o início da quarentena, não tem saído de casa, e por isso tem ficado bastante triste e nervosa.

Sobre as dificuldades para acompanhar as aulas on-line, 59% dos jovens informaram ter dificuldade de concentração; 38,3% mencionaram a falta de conexão com os professores, e 31,3% ausência de interação com amigos.

O percentual de estudantes que disseram estar entendendo pouco do conteúdo repassado de maneira virtual ultrapassou os 47%, e 15,8% declararam que simplesmente não conseguem compreender as aulas.

A pesquisa da Fiocruz entrevistou quase 9,5 mil adolescentes, que responderam a um questionário online, entre os dias 27 de junho e 17 de setembro.

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