Governo anuncia plano nacional de vacinação contra a covid-19
O governo lança hoje o Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19. O documento foi entregue no último sábado (12) ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandovski, relator das ações que tratam da obrigatoriedade da vacina e outras medidas de combate à pandemia.
O plano está dividido em dez eixos, que incluem descrições sobre a população-alvo para a vacinação; sobre as vacinas já adquiridas e as que estão em processo de pesquisa; a operacionalização da imunização; o esquema logístico de distribuição dos imunizantes pelo país; e as estratégias de comunicação para uma campanha nacional. Mas o documento entregue ainda não indica data para início da vacinação.
O Plano Nacional prevê quatro grupos prioritários que somam 50 milhões de pessoas, o que vai demandar mais de 108 milhões de doses de vacina, já incluindo 5% de perdas, uma vez que cada pessoa deve tomar duas doses em um intervalo de 14 dias entre a primeira e a segunda injeção.
O primeiro grupo prioritário, a ser vacinado na fase 1, é formado por trabalhadores da saúde, pessoas de 80 anos ou mais, pessoas de 75 a 79 anos e indígenas com idade acima de 18 anos. A fase 2 é formada por pessoas de 70 a 74 anos, de 65 a 69 anos e de 60 a 64 anos.
Na fase 3, a previsão é vacinar 12,66 milhões de pessoas acima dos 18 anos que tenham as seguintes comorbidades: hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave.
Na fase 4, deverão ser vacinados professores do nível básico ao superior, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional. O Ministério da Saúde pondera, no documento, que os grupos previstos ainda são preliminares e poderão ser alterados.
Segundo o plano, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 por meio de três acordos: Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões de doses até julho de 2020 e mais 30 milhões de doses por mês no segundo semestre); Covax Facility (42,5 milhões de doses); Pfizer (70 milhões de doses ainda em negociação).
Até agora, nenhum imunizante está registrado e licenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), etapa prévia obrigatória para que a vacinação possa ser realizada.
Com informações da Agência Brasil e colaboração de Maíra Heinen.