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Saúde

Cuidados contra a covid-19 devem ser mantidos mesmo após vacina

Número baixo de pessoas vacinadas não impede a circulação do vírus
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Gésio Passos
19/01/2021 - 21:53
Brasília

A tão esperada vacinação contra a Covid-19 teve início na segunda-feira (18) em todo o país. Cerca de 6 milhões de doses foram distribuídas para todos os estados e para o Distrito Federal. O suficiente para imunizar cerca de 3 milhões de brasileiros.

Com a vacinação, muitas pessoas podem achar que as medidas de proteção, como uso da máscara, do álcool em gel e o distanciamento, não precisam mais ser respeitadas.

Mas é justamente o contrário. O médico David Urbaez, diretor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia do Distrito Federal, afirma que os cuidados precisam ser mantidos já que poucas pessoas serão imunizadas nesse primeiro momento. “Não muda absolutamente nada. Nós, mesmo que vacinados, temos que fazer uso da máscara o tempo inteiro, temos que manter o distanciamento de 2 metros em todos os lugares e temos que deixar para trás qualquer tipo de aglomeração. E temos que fazer higiene de mãos e de superfícies de forma frequente”.

Doutor David explica que o pequeno número de vacinados não impede a circulação do coronavírus. Segundo ele, ainda não há certeza se as pessoas vacinadas podem transmitir a doença.
A vacina não tem, ainda, evidências que evite a transmissão dos vírus. Ou seja, a pessoa vacinada, mesmo com as duas doses, poderá se infectar com o coronavírus. E o que essa vacina evita? O mais importante dentro da covid-19, é que você desenvolva sintomas graves e tenha que ser internado, porque você pode evoluir para um caso grave e daí para óbito”.

Mas David Urbaez ressalta que o Brasil é um dos poucos países com condições de realizar uma vacinação em massa devido à existência do Sistema Único de Saúde (SUS), que pode imunizar até 2 milhões de pessoas por dia. O médico também se preocupa com o negacionismo e as campanhas antivacinação em curso por setores da sociedade. Ele afirma a necessidade de uma grande mobilização social contra a desinformação.

“Isso é devastador, porque a população, com um problema tão sério, tão ameaçador, começa a ouvir esses discursos de autoridades públicas. E ela não consegue ter poder de discriminação do que é verdade e o que não é verdade”. Segundo Urbaez, isso acontece também entre alguns movimentos de médicos e a associações, “totalmente desviadas do ponto de vista ético”.
Mesmo com a vacinação neste momento limitada a profissionais de saúde, indígenas, idosos e pessoas com deficiência que moram em instituições de longa permanência, a expectativa é que o Brasil possa começar a superar a doença que já matou mais de 210 mil pessoas no país.

David Urbaez afirma que só poderemos ter uma proteção coletiva contra o coronavírus quando cerca de 160 milhões de brasileiros forem vacinados, entre 70 e 80% da população.

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