Falta oxigênio nos hospitais do Amazonas por causa da alta de Covid-19
Está faltando oxigênio nos hospitais do Amazonas. A empresa White Martins, que faz o fornecimento ao estado, só consegue produzir 25 mil metros cúbicos por dia, mas a demanda atual é de 70 mil metros cúbicos. O aumento do consumo de oxigênio nos hospitais amazonenses é por causa do agravamento da Covid-19.
Nesta quinta-feira, o problema foi abordado por autoridades de saúde do Amazonas e do governo federal em entrevista coletiva.
O secretário estadual da Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, afirma que foi surpreendido com o crescimento da demanda: 2,5 vezes a mais que o registrado no pico da doença do ano passado.
Uma das medidas é levar oxigênio de São Paulo para Manaus. Como a aeronave que vai fazer o transporte está em manutenção, a data do voo ainda não foi definida.
De acordo com o secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, coronel Franco Duarte, enquanto a disponibilidade de oxigênio não for normalizada, os pacientes vão ser transferidos para outros estados.
O primeiro grupo de pacientes vai ser levado para Goiás, Distrito Federal, Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte.
O relaxamento das medidas de proteção contra o novo coronavírus e as aglomerações, principalmente nas festas de final de ano, são apontados como os principais motivos da piora do quadro da Covid-19 no Amazonas.
Segundo Tatyana Amorim, da Fundação de Vigilância em Saúde do estado, a descoberta de uma nova variante do coronavírus também pode estar relacionada ao crescimento de casos.
O governador Wilson Lima disse que vai ampliar as medidas de restrição para evitar a disseminação do novo coronavírus. Será publicado um decreto impondo toque de recolher das 19h às 6h em todo o Amazonas.
O transporte de passageiros, terrestre e fluvial, também está proibido no Amazonas. Apenas cargas poderão circular.
Wilson Lima disse ainda que o estado entrou na Justiça para que a White Martins garanta o fornecimento de oxigênio suficiente para atender os pacientes de Covid-19.
Em nota, a empresa informou que conseguiu ampliar até o limite máximo a capacidade de produção em Manaus – de 25 para 28 mil metros cúbicos por dia – e direcionou toda a produção de oxigênio da unidade para o segmento medicinal. A White Martins também afirma que já viabilizou o envio de 500 cilindros, com suporte da FAB, o que representou um acréscimo de volume de 5 mil metros cúbicos.