Medicamentos do kit intubação doados pela Espanha chegam ao Brasil
Chegaram ao Brasil os 80 mil medicamentos do chamado kit intubação que foram doados pela Espanha.
A carga chegou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nessa terça-feira (27) e, segundo o Ministério da Saúde, vai ficar armazenada no centro de logística do próprio ministério, próximo ao aeroporto, para em seguida ser distribuída nas unidades de saúde que enfrentam problemas de abastecimento.
São 6 toneladas de anestésicos, sedativos e bloqueadores neuromusculares. Medicamentos básicos para garantir a intubação dos pacientes, um procedimento doloroso e muito desconfortável, e que para ser feito exige que a pessoa esteja desacordada e anestesiada.
Em Brasília, ao lado do embaixador da Espanha, Fernando Garcia, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, agradeceu a ajuda.
Há mais de um mês, hospitais no país inteiro vem enfrentando problemas de abastecimento desses medicamentos.
Na segunda-feira, na capital paulista, médicos do hospital de Brasilândia, na zona norte da cidade, denunciaram que estão precisando amarrar os pacientes porque, apesar de ainda haver medicamentos do kit intubação, faltam sedativos para manter as pessoas intubadas desacordadas.
Em Mossoró, no Rio Grande do Norte, o hospital de referência para covid-19 bloqueou novas internações na UTI por falta de medicamentos. Nessa terça-feira, a Secretaria de Saúde do Amazonas anunciou um plano para tentar evitar o desabastecimento. Segundo a secretaria, os estoques são suficientes para 30 dias.
Nós entramos em contato com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), e com o Conselho de Secretários de Saúde (Conass), questionando qual o déficit desses medicamentos no país. Eles informaram que esse levantamento é feito periodicamente, mas um acordo firmado com o governo federal autoriza que a informação seja divulgada apenas pelo Ministério da Saúde. Nós entramos em contato com o ministério, que prometeu dar a informação até essa quarta-feira.
Nessa terça-feira, só o estado de São Paulo tinha mais de 10,4 mil pessoas internadas em UTIs.