Em uma edição extraordinária do Boletim do Observatório Covid-19, os pesquisadores da Fiocruz alertam que o número de óbitos no Brasil permanece em um patamar alto, apesar da ligeira redução das taxas de mortalidade nas últimas duas semanas. O indicador, que alcançou o recorde de 4,5% em março, caiu para 3,5% na semana entre os dias 2 e 8 de maio. No entanto, ainda está bem acima da taxa de 2% verificada no final do ano passado, por exemplo.
Ao longo da última semana, o país registrou uma média diária de 61 mil casos e de 2,1 mil óbitos por Covid-19. E, se as mortes caíram em média 1,7% ao dia, o número de confirmações da doença aumentou ligeiramente, a uma taxa de 0,3%.
De acordo com o Boletim da Fiocruz, esse é o momento de reorganizar e ampliar as estratégias de testagem e os serviços de saúde, já que uma nova explosão de casos, a partir de patamares ainda tão altos, seria catastrófica.
A pesquisadora Margareth Portela, que integra o Observatório, acrescenta ainda que as medidas de prevenção do contágio continuam sendo essenciais, para que essa redução de casos e mortes se sustente
O Boletim do Observatório Covid-19 assinala que as taxas de ocupação de leitos de UTI, reservados para pacientes com a doença na rede SUS, apresentaram algumas quedas relevantes entre os dias 3 e 10 de maio, especialmente nas Regiões Norte, Centro Oeste e Sudeste do país.
Ainda assim, 13 estados permanecem na zona crítica de alerta, e sete deles estavam com taxas iguais ou superiores a 90%, com destaque para o Sergipe, com 97, Pernambuco, com 96 e Paraná com 93.
Entre as 13 capitais também em situação crítica, Aracaju ocupa a primeira posição, com 99% de ocupação de vagas de tratamento intensivo, mas também preocupa o cenário em Natal, com 96, e no Rio de Janeiro, 93% dos leitos ocupados.