A Fundação Oswaldo Cruz anunciou que ficará duas semanas sem entregar doses da AstraZeneca para o Ministério da Saúde. É a primeira vez que isso acontece desde o início da produção da vacina contra a Covid-19 no Brasil.
Com isso, a população que precisa tomar a segunda dose do imunizante corre o risco de ter que esperar para completar o esquema vacinal.
O atraso ocorre por conta da demora na entrega do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que é o componente usado para fabricar a vacina. O composto é importado da China.
A produção da AstraZeneca leva pelo menos três semanas, mas a Fiocruz garante que vai entregar, ainda nesse mês, 15 milhões de doses. As próximas remessas, no entanto, só estão programadas para a semana do dia 13 a 17 de setembro. Até lá, pode faltar vacina para quem precisa tomar a segunda dose.
Em agosto, a Fiocruz entregou a menor quantidade de vacinas desde o começo da produção, em março. No mês passado, foram 11,4 milhões doses de AstraZeneca. Essa quantidade é quase a metade de maio, quando foram 21 milhões.
A Fundação diz que o problema é a falta de matéria-prima e que sua capacidade de produção sempre foi maior do que a quantidade de IFA recebida.
Neste momento, há mais de 6 milhões de doses na etapa de controle de qualidade. A AstraZeneca tem garantido entregas mensais de lotes de IFA, conforme acordado. No entanto, a Fiocruz vem tentando acelerar o envio das remessas junto à farmacêutica de forma a garantir entregas semanais ininterruptas.