O boletim semanal Infogripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz, traz um alerta para o reaparecimento de outros vírus respiratórios no país. Assim como a covid-19, esses vírus também têm gerado quadros de Síndrome Respiratória Aguda Grave, complicação respiratória associada ao agravamento de alguma infecção viral.
O coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, explica que a maior preocupação se refere aos riscos que representam para as crianças de até 9 anos de idade. O alerta é para o Bocavírus e as Parainfluenza 3 e 4, além do Vírus Sincicial Respiratório e o Rinovírus, que já vinham sendo registrados desde o início do ano. No caso das crianças até 9 anos, os casos semanais de Síndrome Respiratória Aguda Grave se estabilizaram em um patamar elevado, entre 1.000 e 1.200, próximos ao que se registrou no país, no pico da pandemia, em julho de 2020.
De acordo com o novo boletim da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (28), o Vírus Sincicial é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos. Ele é responsável por 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias em crianças até 2 anos. Nessa faixa etária, cerca de 10% a 15% dos casos demandam internação hospitalar. Em adultos cardiopatas ou com problemas crônicos no pulmão, esse vírus também pode gerar quadros graves.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave provoca desconforto respiratório e queda no nível de saturação de oxigênio. Entre a população adulta, observa-se um predomínio praticamente absoluto de detecção de covid-19 entre os casos da Síndrome. No que se refere à crianças e adolescentes, o predomínio se mantém na faixa de 10 a 19 anos de idade, porém com maior presença de casos positivos para o Rinovírus.