Equipes da Fiocruz e da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta, no Amazonas, vão realizar o primeiro inquérito de hanseníase no país. O levantamento tem por objetivo mapear as consequências e sequelas da doença para os pacientes que já receberam tratamento.
Depois da Índia, o Brasil é o segundo país no mundo em incidência de hanseníase, com uma média de 30 mil casos por ano. A doença é causada por uma bactéria que atinge a pele e os nervos.
Atualmente, a hanseníase tem tratamento e pode ser curada. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sequelas, mesmo depois de curados. A diretora de ensino e pesquisa da Fundação Alfredo da Matta, Valderiza Pedrosa, explica que a situação do paciente curado é desconhecida, porque ele não recebe mais acompanhamento profissional depois da alta.
Valderiza Pedrosa, que também é a coordenadora do inquérito que vai começar no mês de março, conta que a iniciativa vai levar capacitação a profissionais de saúde da região Norte do país, por meio do projeto Ação para Eliminação da Hanseníase.
Os trabalhos de campo do inquérito de hanseníase no Brasil devem levar cerca de seis meses para serem concluídos. A previsão é de que os resultados sejam publicados ainda em 2022.
Os dados obtidos vão permitir que o Ministério da Saúde construa políticas públicas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes que têm a doença.