As doações de órgãos caíram durante a pandemia. Em 2019 foram realizadas mais de 3.700 doações e esse número diminuiu para pouco mais de 3.200 em 2021, uma queda de 21%. Esse cenário afetou muito quem espera um transplante de órgão. Para quem aguarda um novo rim, por exemplo, a fila de espera aumentou 2% no ano passado em relação a 2020: foram mais de 27.400 pessoas aguardando o transplante. Os dados foram apresentados nesta semana pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos.
A principal causa da queda no número de doadores foi o fato de haver contraindicação de doação de pessoas que tinham covid-19, no entanto, de acordo com Luciana Haddad, vice-presidente da associação essa orientação precisa ser revisada.
Além das dificuldades trazidas pela pandemia, Luciana Haddad destaca que a principal dificuldade estrutural continua a ser a recusa familiar. E esse foi o motivo de cerca de 42% das doações de órgãos não acontecerem em 2021. Por isso ela explica a importância de as pessoas que se declaram como doadoras conversarem sobre isso com seus parentes.
Em 2021, de acordo com dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, a fila de espera por uma doação foi de mais de 46 mil pessoas e cerca de 4.200 faleceram sem fazer transplante.
*Com produção de Dayana Victor
