Praticamente toda a população adulta da cidade de São Paulo tem anticorpos contra a covid-19. 79% das pessoas que moram em São Paulo tem anticorpos contra a nucleoproteína do SARS-COV2. Esse é um tipo de anticorpo que só se desenvolve nas pessoas que contraíram o vírus. Ou seja, praticamente 8 a cada 10 pessoas foram infectadas pelo coronavírus.
O número ajuda a revelar o tamanho real das infecções. Desde o começo da pandemia, em março de 2020, a capital paulista teve mais de 1,9 milhão de casos de covid-19 confirmados, ou seja, cerca de 20% ou quatro vezes menos que revelou a oitava rodada do Inquérito SoroEpi, que vem monitorando a soroprevalência do coronavírus na cidade há dois anos e meio.
O estudo também mostrou que a proporção de pessoas com anticorpos é ainda maior.
96% tem anticorpos neutralizantes contra a variante original do coronavírus. Proteção que foi adquirida tanto pelas vacinas quanto pela infecção pelo vírus.
83% tem anticorpos contra a ômicron e 99% das pessoas tem pelo menos um dos três tipos de anticorpos. Ou seja, praticamente toda a população da cidade de São Paulo tem algum nível de imunidade contra a covid 19.
Para o biólogo e um dos coordenadores do estudo, Fernando Reinbach, isso significa que a pandemia está fechando um ciclo e que o desafio para o futuro é manter os níveis de vacinação.
Mas para ele a vigilância continua. Porque apesar do número de óbitos e casos graves continue caindo, o número de casos pode continuar crescendo e continuar registrando picos de infeção.
Segundo o levantamento, 1,8% da população paulista ainda não tomou nenhuma dose de vacina.
Com isso também chega ao fim o inquérito Soro Epi. O objetivo do projeto era justamente acompanhar como se daria a infecção pelo coronavírus entre as pessoas com mais de 18 anos na capital paulista. O estudo analisa amostras de sangue de voluntários escolhidos por amostras estatísticas. Nessa última rodada foram analisadas as amostras de sangue de 936 voluntários. A última coleta é do dia 9 de abril.
O inquérito SoroEpi foi financiado pelo instituto Semeia, Grupo Fleury, IPEC e Todos Pela Saúde.
