O enfrentamento da covid-19 no Brasil no futuro depende de mais investimentos em pesquisas científicas para o desenvolvimento de novas vacinas, tratamentos para a doença e para as sequelas deixadas nas pessoas contaminadas.
O consenso é de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, que nesta quinta-feira fizeram um balanço e discutiram os desafios da pandemia no país.
No webinar que durou quase três horas, o infectologista da Fiocruz Júlio Croda reiterou que o foco agora é na vacina, que, comprovadamente, diminuiu a letalidade da covid-19 e fez cair o número de internações em leitos de UTI. Para ele, é necessária a implantação de centros de pesquisas clínicas para acompanhar e monitorar da doença, já que as novas ondas são inevitáveis.
O pesquisador também defendeu o retorno do uso de máscaras em locais fechados como forma de proteção tanto contra a covid-19 como para influenza.
O aumento de casos da Covid-19 está registrado nas últimas edições do boletim Infogripe da Fiocruz. A instituição já determinou a volta do uso de máscaras em seus ambientes internos. A mesma decisão também foi tomada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pela Universidade Federal Fluminense, em Niterói.
A pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcomo considerou como maior desafio agora o enfrentamento dos efeitos prolongados da covid-19. Dalcomo alertou que as pessoas infectadas carregam muitas sequelas e que é preciso fazer reabilitação respiratória, motora e emocional.
Os pesquisadores também defenderam maior atenção aos trabalhadores na saúde e as populações mais vulneráveis, como indígenas, favelas e comunidades LGBTQIA +.
O webinar fez parte das comemorações pelos 122 anos da Fundação Oswaldo Cruz.