Especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro reforçaram a importância do desenvolvimento de um teste rápido para diagnóstico da varíola dos macacos. O coordenador do Laboratório de Virologia Molecular, Amilcar Tanure, ressaltou que a UFRJ tem toda a estrutura para avaliação de testes de antígeno. Atualmente o vírus é diagnosticado por meio de um teste molecular RT-PCR.
A UFRJ realizou, nesta quinta-feira, um debate para orientar e esclarecer dúvidas da população sobre o surto da doença. O Brasil tem 978 casos confirmados até o momento. Amílcar Tanuri destacou ainda a importância de treinamento para os profissionais que fazem a coleta do material.
No mundo, já são mais de 20 mil casos de varíola dos Macacos em 77 países. Clarissa Damásio, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Vírus da UFRJ, trouxe dados de uma pesquisa recente que mostrou que a média de idade dos diagnósticos fica em torno de 38 anos. Homens são majoritariamente os mais afetados, cerca de 99% dos casos, 96% deles se declararam gays ou bissexuais e 40% dos casos atingem a população com HIV. Para Clarissa, esses dados devem ser tratados com cuidado para não reforçar preconceitos.
A UFRJ é um dos centros de testagem para diagnóstico da varíola dos macacos para os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Até o momento, já foram realizados 266 atendimentos com 127 pacientes testando positivo para doença, cerca de 47% do total de análises.