Um estudo da Fiocruz e do Instituto de Saúde Global de Barcelona concluiu que o reforço com a vacina da Pfizer, para pessoas que receberam duas doses da CoronaVac, oferece uma proteção consideravelmente maior contra a Covid-19.
Os pesquisadores avaliaram a efetividade dos reforços com os dois tipos de imunizantes, em adultos brasileiros que inicialmente haviam recebido as duas doses da vacina chinesa, produzida pelo Instituto Butantan.
Segundo Júlio Croda, um dos autores do estudo, foi correta a recomendação do Ministério da Saúde para que as pessoas recebessem o reforço com vacinas diferentes.
O uso da CoronaVac como terceira dose naqueles que já tinham feito o esquema inicial com o mesmo imunizante não ofereceu proteção adicional contra a forma sintomática da Covid e uma proteção adicional moderada contra a forma grave de 74% e até 40-50% para pessoas acima dos 75 anos.
Já com o reforço da Pfizer, que usa a tecnologia mRNA, a proteção adicional foi de 56% contra a forma sintomática e de 86% para a forma grave. Os resultados também apontam que a proteção permaneceu por pelo menos quatro meses.
O estudo ainda mostra que a vacinação inicial com duas doses da Coronavac quase não forneceu proteção contra a variante Ômicron, e uma proteção de 40-50% contra as formas graves da doença.
A pesquisa teve uma ampla amostragem cobrindo os mais de 5.500 municípios no país. As descobertas foram publicadas na Revista Científica Nature Communications.