Essa é Marcely Carvalho, parteira tradicional, de 51 anos, moradora de Olinda, Pernambuco. Ela é guardiã de um saber herdado de quatro gerações de mulheres de sua família que se dedicaram a ajudar outras mulheres a darem à luz crianças em áreas rurais e também nas cidades.
Assim como ela, sua mãe e mestra parteira, Suely Carvalho, de 71 anos, luta há muito tempo pelo reconhecimento do ofício da parteira da tradição. Suely coordena a Rede Nacional de Parteiras Tradicionais, que foi criada em 2006. Ela cuida da articulação do grupo e trabalha pelo resgate desse saber preservado por milhares de brasileiras.
20 de janeiro, é o Dia Nacional dedicado às parteiras tradicionais, dia de reconhecer os saberes acumulados sobre cada fase da gestação: do pré-natal, parto, ao pós parto.
Esse trabalho, passado de geração a geração, que as parteiras aprendem e continuam transmitindo em benefício das comunidades, como explica Marcely Carvalho.
Segundo levantamento recente feito pela Universidade Federal de Pernambuco e Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, os partos domiciliares assistidos por parteiras estão presentes em todas as regiões do país, principalmente nas zonas rurais, ribeirinhas, de floresta e em populações tradicionais quilombolas e indígenas.
A partir de dados do Ministério da Saúde, o estudo aponta que, entre 2001 e 2007, 192 mil partos domiciliares foram realizados por parteiras tradicionais no Brasil. O número pode ser bem maior, pois esses são os casos notificados ao SUS no período.
Produção de Salete Sobreira.
