O fluxo de novos usuários de drogas na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, está caindo. A informação está no Levantamento de Cenas de Uso em Capitais, que aponta que, em 2021 e 2022, a chegada de novos frequentadores na Cracolândia foi a menor da série histórica, iniciada em 2016.
A pesquisa, feita em parceria com a Unifesp, a Universidade Federal de São Paulo, conclui que a redução do número de frequentadores não está ligada apenas a ações preventivas. Clarice Madruga, do Departamento de Psiquiatria da Unifesp, aponta que o aumento de operações policiais para a dispersão das pessoas na Cracolândia contribuiu para essa diminuição.
Em 2016, a chegada de frequentadores estava em torno de 43%, e foi caindo, chegando a 20% em 2021.
Segundo a prefeitura de São Paulo, o atendimento no Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica, triplicou entre janeiro e dezembro do ano passado, somado ao número de abordagens feitas pelas equipes de saúde, que cresceu em 35% no período.
E em 2022, o atendimento foi reforçado por dez novas equipes do Consultório na Rua. Ainda segundo a prefeitura, em julho do ano passado foram inaugurados mais dois CAPs, centros de atenção psicossocial álcool e drogas, na região central da cidade.
Para fevereiro, está prevista a inauguração do Serviço de Cuidados Prolongados em Álcool e Drogas, para dar continuidade ao tratamento de usuários que foram internados em hospitais, e que ainda não têm condições de retorno familiar ou atendimento ambulatorial. E assim reduzir as recaídas e evitar que os usuários retornem ao uso abusivo nas ruas.