Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro estão desenvolvendo um teste RT-PCR para diagnosticar o vírus de Marburg, um dos mais letais do mundo, com mortalidade acima dos 88%. Um surto na Guiné Equatorial foi confirmado pela Organização Mundial da Saúde há algumas semanas e nove pessoas morreram. Antes, em 2004, o Marburg matou 90% dos mais de 250 infectados em Angola.
A transmissão ocorre, principalmente, em áreas rurais ou de floresta, por meio do contato com as secreções de morcegos frutíferos ou com humanos contaminados. Apesar disso, a situação preocupa as autoridades sanitárias, como explica o chefe do Laboratório de Virologia da UFRJ, Amilcar Tanuri.
O RT-PCR emite resultado imediato, o que possibilitaria o isolamento do paciente infectado para controle da disseminação. O avanço do Marburg é mais lento que o do ebola, doença também transmitida por morcegos que se alimentam de frutos, pela menor adaptação aos centros urbanos. Mas o período de incubação do vírus varia de dois a 21 dias e, por isso, é possível que novos casos apareçam.
A infecção por Marburg pode causar febre, dores de cabeça e musculares, vômito com sangue e diarreia, sintomas muito parecidos com os de doenças hemorrágicas como dengue e zika, o que reforça a necessidade de testes para diagnóstico preciso. Ainda não há vacina para a doença de Marburg, mas é possível tratar os seus sintomas.