Pesquisadores da Fiocruz Amazônia e do Instituto Oswaldo Cruz identificaram o ressurgimento da dengue tipo 3 no Brasil e alertam para o risco de uma nova epidemia da doença causada por esse sorotipo viral.
Essa linhagem já circulou nas Américas e causou epidemias no país no começo dos anos 2000. Quatro casos da infecção por esse tipo de vírus foram registrados este ano, em Roraima, na região Norte, e no Paraná, no Sul.
As análises genéticas indicam que a linhagem detectada foi introduzida nas Américas a partir da Ásia, entre 2018 e 2020, provavelmente no Caribe. O sorotipo recentemente também infectou pessoas nos Estados Unidos.
Dos quatro casos brasileiros analisados, três, de Roraima, correspondem a pacientes que se infectaram no estado e não tinham histórico de viagem. Já o caso no Paraná foi importado, diagnosticado em uma pessoa vinda do Suriname.
O vírus da dengue possui quatro sorotipos. De acordo com a Fiocruz, a infecção por um deles gera imunidade contra o mesmo sorotipo, mas é possível contrair dengue novamente se houver contato com um sorotipo diferente.
O risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 ocorre por causa da baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas contraíram esse vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000.
Existe ainda o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente, por outro sorotipo.
Dados do Ministério da Saúde registram aumento de 30% nos casos prováveis de dengue nos quatro primeiros meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2022.
Diante do aumento, o Ministério lançou na semana passada a campanha nacional para o combate das arboviroses. Com a mensagem “Brasil unido contra a dengue, zika e chikungunya”, a mobilização alerta sobre os sinais e os sintomas das doenças, além das formas de prevenção e controle do mosquito Aedes Aegypti.