Um bilhão de pessoas vivem com transtornos mentais no mundo, diz OMS
Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de um bilhão de pessoas vivem com algum tipo de transtorno mental no mundo. Desse total, 14% são adolescentes.
No Brasil, uma pesquisa sobre saúde mental na infância e adolescência, chama atenção para um fenômeno contemporâneo, cada vez mais presente na vida dos adolescentes; a automutilação, que consiste em causar dano ao próprio corpo. Cortes, perfurações, queimaduras, arranhões e contusões são as expressões mais comuns desse tipo de violência.
Para entender quais aspectos emocionais e afetivos estão relacionados a essa prática, pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), acompanharam 61 pré-adolescentes e adolescentes entre 10 e 16 anos, alunos de escolas públicas de Volta Redonda, no Sul Fluminense. Além de entrevistas clínicas, a pesquisa contou com testes psicológicos.
O “Estudo sobre a estruturação do ego e da personalidade de adolescentes que se automutilam”, coordenado pelo professor e doutor em Psicologia Clínica, Antônio Augusto Pinto Junior, mostrou que quando se trata da motivação por trás desse tipo de comportamento, 83% dos casos estão relacionados a conflitos familiares. Com a falta de alguém em quem confiar, se machucar é a forma que muitos adolescentes encontram para enfrentar o sofrimento e, como dito por alguns, “eu prefiro sentir a dor do corpo, do que sentir a dor da alma”.O professor destaca a importância do acolhimento.
Outro resultado da pesquisa trata dos instrumentos utilizados e partes do corpo: há a prevalência de braços, mãos ou pulsos em mais de 94% dos casos. O professor ressalta que esses podem funcionar como um sinal de alerta.
Diante dos resultados alcançados, o projeto agora visa o trabalho em conjunto com as escolas para que sejam desenvolvidas iniciativas voltadas para a prevenção e o combate à automutilação, o que engloba também a prevenção da violência doméstica. //