O governo do estado de São Paulo recuou da decisão de levar o fluxo de usuários de drogas para perto do Complexo Prates, no Bom Retiro.
Na quarta-feira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, declarou que levaria os usuários da Cracolândia para perto do Complexo Prates, no bairro do Bom Retiro, onde eles poderiam receber atendimento qualificado de saúde.
No entanto, após reações contrárias de moradores e de comerciantes do bairro, o governo do estado recuou e afirmou em nota que novas possibilidades para solucionar o problema da Cracolândia estão sendo estudadas, e que serão divulgadas em breve.
Uma manifestação no bairro ocorreu na noite desta quinta-feira (20) e reuniu cerca de 100 pessoas, entre moradores e comerciantes do Bom Retiro, que pediam soluções para o problema da Cracolândia sem envolver a transferência dos usuários para o bairro. Outra manifestação, marcada para hoje às 16 horas, ainda está mantida, segundo os organizadores.
Entidades como Centro É de Lei, Teto Trabalho e Trampo, Craco Resiste, entre outros, que trabalham no centro com os usuários de drogas, defendem o uso da redução de danos: de oferecer apoio de saúde aos dependentes, permitindo a eles a autonomia para deixar o vício. Os grupos criticam a atual política do governo do estado e da prefeitura de permitir internação involuntária, e as ações policiais que geralmente dispersam os usuários em diversas localidades no centro de São Paulo.
O governo do estado, por sua vez, afirmou em nota que implementou em abril deste ano o Hub Cuidados em Crack, onde foram realizados mais de 5 mil atendimentos. O governo paulista disse, ainda, que tem ampliado as ações sociais e de saúde para o atendimento aos usuários de crack e outras drogas na região central. De acordo com o monitoramento divulgado pela secretaria de Segurança Pública de São Paulo, há cerca de 950 usuários de drogas no centro da cidade, atualmente.