Entidades médicas cobraram rigor nas regras sanitárias depois de mais de cem pessoas serem contaminadas num mutirão de cirurgias de catarata no Amapá e recomendam que os mutirões aconteçam em locais com histórico de prestação do serviço na região, e não em unidades móveis ou temporárias.
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia e a Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa assinaram a nota.
As cirurgias devem ser feitas apenas por médicos especialistas e a Vigilância Sanitária deve acompanhar as atividades.
Os pacientes devem ser acompanhados por até 30 dias e complicações informadas. Se houver infecções, o mutirão deve ser interrompido.
As entidades defendem ainda que nos seis meses seguintes, casos adversos relacionados com mutirões devem ter notificação compulsória.
O diretor do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Frederico Pena, diz que o mutirão pode ser uma alternativa, mas é preciso respeitar normas estabelecidas pela Anvisa.
Segundo a Secretaria de Saúde do Amapá, os pacientes tiveram as córneas infeccionadas pelo fungo Fusarium, que provoca um tipo raro de infecção na parte interna do olho.
Das 141 pessoas atendidas, 104 foram infeccionadas e, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, sete ficaram cegas.