Mais de 4 mil mortes e cerca de 6 mil casos de câncer relacionados ao HPV no país poderiam ser evitados por meio da prevenção. É o que aponta um estudo da Fundação do Câncer, divulgado nesta terça-feira.
Foram analisados cinco tipos de câncer: orofaringe, ânus e canal anal, vagina, vulva e pênis. Sem contar os 17 mil casos estimados anualmente de câncer do colo do útero, tipo mais frequente associado ao vírus.
Segundo o levantamento, a maioria dos pacientes já chega às unidades de saúde em estágios avançados da doença. O diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, afirma que além de evitar a perda de vidas, a prevenção poderia impactar positivamente nos gastos do Sistema Único de Saúde com diagnóstico, tratamento e internações.
De acordo com Flávia Miranda, consultora médica da Fundação do Câncer, a vacinação contra o HPV é a principal forma de prevenir a doença. Ela alerta para a necessidade de ações para reverter a baixa cobertura dessa imunização no país. A vacina é capaz de prevenir até 90% dos casos desses tipos de câncer.
O estudo também mostra que há um atraso importante entre o diagnóstico e o início do tratamento. A maioria deles é feita com mais de 60 dias, o que fere a lei federal de 2012, que garante ao cidadão já em posse do diagnostico iniciar a terapia dentro desse prazo.
A infecção pelo HPV ocorre por meio do contato da pele com a mucosa infectada e, segundo o estudo, pode se dar mesmo na ausência de sinais ou sintomas. A estimativa é de que 8 em cada 10 pessoas serão infectadas por HPV em algum momento da vida. A maioria das infecções são resolvidas naturalmente pelo sistema imunológico, mas a presença de certos tipos do HPV é um importante fator de risco para desenvolvimento do câncer.