A Fiocruz acaba de ser incluída em uma nova rede de cooperação da Organização Mundial de Saúde para acompanhamento dos diferentes tipos de coronavírus, com um laboratório que pesquisa vírus e emergências do Instituto Oswaldo Cruz.
A iniciativa da OMS, chamada CoViNet, é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela entidade internacional no início da pandemia de covid-19 e reúne 36 laboratórios de 21 países com expertise em vigilância de coronavírus em humanos, animais e ambiente.
Marilda Siqueira, chefe do Laboratório, conta que o maior objetivo do projeto é a preparação para novas possíveis emergências em saúde pública.
“O que a gente quer é se antecipar a uma nova pandemia. Esse é o grande desafio do momento. Os governos junto com a OMS estão trabalhando. Existem já vários comitês para diferentes áreas do conhecimento trabalhando nessa questão da preparação para uma nova pandemia. Que nós não sabemos se vai ser de um coronavírus, ou se vai ser de um vírus influenza, ou de um outro”.
Os dados gerados pela CoViNet irão orientar grupos de trabalho da OMS para garantir que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas, como explica Marilda Siqueira.
“Essa integração desses 36 laboratórios em 21 países, um dos principais objetivos é que essa integração leve a uma difusão mais rápida de conhecimento e uma discussão constante ao longo do tempo”.
A pesquisadora reforça ainda que fatores como o desmatamento e a poluição favorecem o aparecimento de novas doenças em humanos, antes exclusivas de outras espécies animais. E que a preocupação com a saúde pública deve envolver também a atenção aos animais e ao meio-ambiente.