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Saúde

Gestantes com sífilis têm maior chance de parto prematuro, diz Fiocruz

Testagem para sífilis deve ser realizada no primeiro trimestre
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Carolina Pessoa - repórter da Rádio Nacional
21/05/2024 - 16:01
Rio de Janeiro
Referentes ao período de 2006 a 2015, os dados tornam o Brasil o sétimo da América do Sul no quesito taxa de gravidez adolescente
© Arquivo/MDS

Um estudo da Fiocruz Bahia concluiu que crianças nascidas de gestantes com sífilis apresentam maior prevalência de prematuridade, que chega a 14%. Nos casos daquelas nascidas de mulheres sem a infecção este índice cai para 10%.

Além disso, a doença sexualmente transmissível afeta a saúde dos bebês em outros aspectos, com aumento da prevalência de baixo peso ao nascer e de pouca estatura na idade gestacional.

O estudo conclui ainda que, quanto mais avançada estiver a infecção, maiores as chances de a criança apresentar alguma questão de desenvolvimento.

Noutro ponto, a análise dos grupos pelo número de consultas pré-natal mostrou que filhos de gestantes que compareceram a menos de seis atendimentos possuem maior probabilidade de apresentar problemas.

A recomendação oficial do Ministério da Saúde é de que a testagem para sífilis seja realizada durante o pré-natal, preferencialmente no primeiro trimestre da gravidez.

A pesquisadora Helena Matos, responsável pelo estudo, reforça a importância desse acompanhamento na gestação e do tratamento adequado para a doença.

“No nosso estudo nós identificamos que o pré-natal adequado, com pelo menos aí seis visitas durante o pré-natal, que é o recomendado pelo Ministério da Saúde, e o tratamento da sífilis durante a gestação, tinham um potencial de diminuir as chances de um desfecho negativo”.

Além de alertar para a importância de tratamento do parceiro da mulher, a pesquisadora explica como devem ser os cuidados com a criança, caso seja diagnosticada também com sífilis.

“Geralmente a criança passa por uma triagem, é um teste rápido para a detecção da sífilis, e caso ela seja diagnosticada, também recebe o tratamento adequado, com a penicilina”.

Para as conclusões apresentadas, o estudo considerou dados de mais de 17 milhões de registros, obtidos no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos.

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