O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, confirmou nesta quarta-feira a detecção do vírus da poliomielite na Faixa de Gaza. A situação preocupa na região que vive uma grave crise sanitária, após quase dez meses de guerra entre Israel e o Hamas.
Segundo a OMS, as campanhas normais de vacinação foram interrompidas no período devido ao conflito.
Crianças com menos de cinco anos são as que correm mais risco de contrair a doença viral, especialmente bebês. A doença pode causar paralisia infantil.
Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, afirma que as vacinas reduziram em mais de 99,8% a incidência de casos da doença no mundo, mas o vírus 1 da pólio continua provocando casos no Afeganistão e Paquistão, países considerados endêmicos para a doença.
O infectologista reforça que situações como a de Gaza favorecem a transmissão do poliovírus.
No fim da semana passada, a OMS já tinha informado que prepara o envio de cerca de 1 milhão de doses da vacina contra a pólio para Gaza. Em comunicado, a OMS afirmou que é uma questão de tempo até que o vírus atinja milhares de crianças que ficaram desprotegidas nesse período.
O porta-voz da entidade, Christian Lindmeier, fez um apelo por um cessar-fogo na região que permita o início de campanha de vacinação em massa.